Resumo: Acidentes com animais peçonhentos

ACIDENTES POR ANIMAIS PEÇONHENTOS

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animais peçonhentos
Fig. 1 – Cobra jararaca.

Animal peçonhento = inocula seu veneno na vítima.
Animal venenoso = não inocula seu veneno na vítima.
OFIDISMO
PERFIL DA VÍTIMA
  • Meio rural.
  • Homem 15-49 anos.
  • Membro inferior.
ESPÉCIES DE COBRAS
  • Jararaca (gênero Bothrops)
    • Generalidades
      • Acidente ofídico mais comum no Brasil.
      • Acidente botrópico.
    • Veneno
      • Proteolítico: necrose, edema e bolhas no local de inoculação.
      • Coagulante: CIVD, aumento do tempo de coagulação (consumo de fatores).
      • Hemorrágico.
  • Surucucu (gênero Lachesis)
    • Generalidades
      • Acidente laquético.
      • Veneno semelhante ao da jararaca.
      • Diferenças: somente existe em áreas florestais
    • Veneno
      • Proteolítico: necrose, edema e bolhas no local de inoculação.
      • Coagulante: CIVD, aumento do tempo de coagulação (consumo de fatores).
      • Hemorrágico.
      • Parassimpático: bradicardia, diarreia, hipotensão.
  • Cascavel (gênero Crotalus)
    • Generalidades
      • Acidente crotálico.
      • Acidente mais fatal no Brasil.
      • Rabo demarca território, não indica iminência de ataque.
    • Veneno
      • Neurotóxico: dificuldade em liberar acetilcolina na junção neuromuscular – fraqueza muscular não generalizada, fáscies miastênica.
      • Miotóxico: rabdomiólise e insuficiência renal aguda.
  • Coral (família Elapidae)
    • Gênero
      • Acidente elapídico.
      • Acidente mais raro no Brasil.
      • Veneno parecido com o crotálico.
    • Veneno
      • Baixo peso molecular.
      • Ação neurotóxica mais intensa: sempre grave! Dificuldade ventilatória!
      • Sem ação miotóxica.
IDENTIFICAR A COBRA
  • Peçonhenta ou não peçonhenta?
    • Peçonhenta
      • Fosseta loreal.
      • Presas avantajadas (dentes inoculadores)
    • Cobra coral (exceção)
      • Ausência de fosseta.
      • Presas discretas.
  • Diferenciando pela anatomia
    • Com fosseta loreal
      • Cauda lisa: jararaca.
      • Chocalho: cascavel.
      • Escamas: surucucu.
    • Sem fosseta loreal
      • Lembrar da exceção: cobra coral.
  • Diferenciando pela clínica
    • Necrosante: ação local e proteolítica
      • Acidente botrópico: mais comum.
      • Acidente laquético: ação parassimpática, área florestal.
    • Neurotóxico: fáscies miastênica.
      • Elapídico: mais raro.
      • Crotálico: miotoxicidade intensa com insuficiência renal.
PREVENÇÃO E TRATAMENTO DO ACIDENTE
  • Como prevenir
    • Uso de luvas e botas grossas.
    • Eliminar roedores (presas preferenciais).
    • Evitar matas e entulhos.
    • “Não colocar a mão em buracos escuros à noite”.
    • Estimular predador natural da cobra (gambá).
  • Combater mitos / O que não fazer 
    • Torniquete.
    • Bebida alcoólica,
    • Amputação,
  • Tratamento
    • Medidas gerais
      • Cuidados locais: repouso e limpeza da região.
      • Profilaxia antitetânica.
      • Notificação compulsória do acidente.
    • Medidas específicas
      • Soroterapia específica está sempre indicada.
      • Via intravenosa.
      • Dose varia com a gravidade do paciente.
    • Casos especiais
      • Acidente botrópico: desbridamento das áreas de necrose, fasciotomia em caso de síndrome compartimental.
      • Acidente crotálico: prevenção da IRA por rabdomiólise (hidratação venosa + manitol + bicarbonato).
      • Acidente elapídico: reverter ação neurotóxica com neostigmina/fisiostigmina.
ARANEÍSMO
MECANISMO DE AÇÃO DO VENENO
  • Ativa canais de sódio (contrário do anestésico local).
  • Sensitivas: dor.
  • Autônomas: simpático / parassimpático (um prevalece).
  • Motoras: contraturas.
TIPOS DE ARANHAS
  • Armadeira (gênero Phoneutria)
    • Generalidades
      • Prevalência maior no Sudeste.
      • Errantes: não cria teia e nem estabelece território.
      • Naturalmente agressiva.
    • Clínica
      • Sinais locais leves.
      • Sinais sistêmicos precoces.
  • Viúva negra (gênero Latrodectus)
    • Generalidades
      • Prevalência maior no Nordeste.
      • Também conhecida como “flamenguinha”.
    • Clínica
      • Contraturas e flexões.
      • Abdômen agudo.
      • Fáscies latrodectísmica.
  • Aranha-marrom (gênero Loxosceles)
    • Generalidades
      • Prevalência maior na região Sul (Paraná e Santa Catarina).
      • Espécie principal: Loxosceles intermedia – mais comum é mais grave.
      • Sexo feminino (16-46 anos), coxa (20%) e tronco (15%).
      • Se escondem na roupa do paciente.
    • Clínica
      • Cutânea (99%)
        • Lesão característica: placa marmórea,
        • Base eritematosa + isquemia + áreas violáceas.
        • Evolução: necrose e úlcera de difícil cicatrização.
      • Cutâneo-visceral (1%)
        • Hemólise + insuficiência renal + CIVD.
        • Lesa hemácia e endotélio.
PREVENÇÃO E TRATAMENTO DO ACIDENTE
  • Como prevenir
    • Checar roupas e sapatos antes de vestir.
    • Eliminação de pragas como baratas e insetos.
    • Predadores: macaco, aranha e lagartixa.
  • Tratamento
    • Soro antiaracnídeo: somente em casos graves e comprometimento sistêmico.
    • Se não houver soro antiaracnídeo, fazer soro antiescorpiônico.
  • Casos especiais
    • Acidente por Latrodectus
      • Único intramuscular.
      • Benodiazepínico.
      • Gluconato de cálcio.
    • Acidente por Loxosceles
      • Leve: sem tratamento específico, acompanhamento diário por 72h.
      • Moderado: lesão < 3 cm, soro + prednisona por 5 dias, retorno diário por 5 dias.
      • Grave: lesão > 3 cm ou hemólise, soro + prednisona por 7-10 dias, encaminhar a centro de envenenamento.
ESCORPIONISMO
  • GENERALIDADES
    • Principal = escorpião-amarelo (Tityus serrulatus).
    • Comum em MG e SP.
    • Casos GRAVES em crianças e idosos.
    • Mais comum e mais grave que araneísmo.
    • Multiplicação por partenogênese.
  • TRATAMENTO
    • Soro antiescorpiônico.
    • Caso não haja soro antiescorpiônico, aplicar antiaracnídeo.
    • Somente em casos graves, crianças e idosos.
    • Acompanhar o paciente por 6-12h em leito de internação.

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